Há ainda Fred, um centroavante que jamais deve ser descartado, mas que elevará ainda mais a faixa etária quando estiver no lugar de Sassá.
A maior decepção relacionada ao trabalho de Mano em 2019 está relacionada à falta de evolução ofensiva em relação ao Cruzeiro bicampeão da Copa do Brasil. O time estagnou. Rogério não admite comandar de maneira diferente da tentativa de vencer sempre.
Como treinador, ele subiu degraus da maturidade no aprendizado da necessidade de adaptação do seu conceito aos atletas disponíveis e na busca de equilíbrio defensivo. Ainda assim, por vezes, o Fortaleza sucumbiu fisicamente no segundo tempo das partidas. Dosar o ímpeto de um grupo envelhecido será necessário na Toca.
Além das questões técnicas, táticas e físicas, das que lhe competem, Rogério Ceni terá de lidar com o impacto dos escândalos. A situação financeira é temerária e houve atraso recente nos salários dos jogadores, fato que obviamente dificulta a mobilização necessária para modificar rapidamente a maneira de atuar e o panorama no campeonato.
É impossível medir o tamanho do reflexo dos problemas de gestão na derrocada dos últimos meses, mas é inevitável que haja relação. Tentar minimizar esse dano num cenário estranho será uma das árduas missões do novo técnico.
Rogério Ceni é dos mais promissores brasileiros na função. Pauta suas ideias na coragem. Manteve dos tempos de goleiro a personalidade de trabalhador incansável, obstinado, daqueles que respiram o próximo jogo e nada mais. A necessidade de alinhar a expectativa geral em torno de um grande clube e um elenco campeão, veterano, às dificuldades atuais e aos seus métodos torna o Cruzeiro uma das atrações mais interessantes do campeonato a partir de agora.
GIRO DE NOTÍCIAS / AM